Um caso relatado em um artigo do European Journal of Case Reports in Internal Medicine, chamou atenção de muitos pesquisadores: um homem de 63 anos morreu na Alemanha, após uma infecção rara causada por lambida de cachorro. Com base nos exames clínicos ele foi contaminado pela bactéria Capnocytophaga canimorsus (Cc).
O veterinário Diogo Garnica explica que a bactéria está presente na flora comensal da cavidade oral (gengiva) dos cães. Alguns felinos podem ter, mas não é comum. “A transmissão da bactéria do animal para o humano pode ocorrer através de dentada, mas é pouco provável a contaminação de pessoas saudáveis. Quadros clínicos graves acometem organismos imunossuprimidos (vulneráveis a infecções)”, destacou o médico.
Segundo o veterinário quando a infecção ocorre os sintomas se manifestam entre 1 a 8 dias após exposição, com variação de sinais, que podem ser síndrome gripal ou febre, vômitos, diarreia e mialgias. A Cc é normalmente sensível a penicilina G, ampicilina e cefalosporinas de terceira geração, que são bons antibióticos.
Pessoas com dependência alcoólica, tabagistas, soro positivo (HIV) e portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, são grupos que têm mais facilidade de contaminação porque possuem o organismo mais debilitado, porém o veterinário destaca que “são raríssimos os casos de contaminação e que geralmente, a bactéria passa desapercebida”.
A recomendação é que as pessoas não temam aos seus bichos de estimação e estejam atentos aos cuidados básicos de higiene.
O caso
De acordo com o artigo o homem alemão de 63 anos desenvolveu sintomas semelhantes aos da gripe e apresentou, após algum atraso, sepse grave e púrpura fulminante. A pesquisa diz ainda que ele foi encontrado infectado com C. canimorsus sem lesão por mordida e não demonstrou imunodeficiência ou qualquer outra predisposição típica. Apesar de cuidados intensivos intensivos, suas condições se deterioraram e ele morreu de falha de vários órgãos.
