CAÇADORA DE CERVEJA INCENTIVA MOVIMENTO DE MULHERES CERVEJEIRAS

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Quando deu o primeiro gole em uma cerveja, Manu Siqueira não se identificou com o sabor. A moradora de Recife (PE) achou que o gosto amargo da bebida não estaria entre suas preferências. Tempos depois, por teimosia, deu o segundo gole. “Foi como uma explosão de sabor”, lembra. O aroma não só agradou ao paladar, como mudou a vida de Manu, que tem 24 anos. Hoje ela se tornou A Caçadora de Cerveja.Com esse nome, ela mantém um perfil em uma rede social com mais de 16 mil seguidores. Mas, antes de influenciar cervejeiros e se tornar uma beer hunter, a pernambucana foi estudar. Ela queria entender todo o universo da bebida que estava mudando seus hábitos e, principalmente, o lugar que a mulher tinha nesse universo.

Tudo começou quando Manu cursava gastronomia e, durante as aulas, percebeu que a cerveja harmoniza com muitos pratos. “Não tinha menor intimidade com o assunto, mas nessa época que parei para me dar conta que ela está sempre presente. Pensei: ‘Por que as pessoas gostam tanto?’ Decidi experimentar novamente e curti muito, especialmente as de trigo”, recorda.Nessa segunda experiência, Manu descobriu que as cervejas eram distintas, especialmente as artesanais. E aí foi um grande caminho sem volta, pois, a cada dia, descobria um novo aroma. As experiências provocavam ainda mais A Caçadora de Cerveja.

Foi então que ela resolveu mergulhar para valer neste universo que envolve a bebida artesanal, seus processos de consumo e de produção. Com essa motivação, fez um curso de harmonização em Blumenau (SC) em 2016.

“Cheguei lá bem verdinha, mas aprendi muito. Acho que meu paladar também mudou. Passei a degustar para aguçar o sensorial. Naquela época, eu era a única mulher pernambucana. Foi aí que pensei: ‘Preciso levar isso para a vida da mulher de Recife’”, afirma.

Toque feminino nas redes

O primeiro workshop de harmonização de cerveja artesanal que Manu promoveu não teve muita adesão e precisou ser cancelado. “Ninguém queria pagar para ver uma mulher falando desse assunto. Não tive muito sucesso na primeira tentativa. Precisei provar que sabia do que estava falando”, lembra.

No entanto, ela nunca pensou em desistir. Com o objetivo de trazer mais força para a cultura cervejeira da capital pernambucana, criou um perfil nas redes sociais: @acaçadoradecerveja. Como sempre acompanhou influenciadores digitais, foi fácil fazer os primeiros cliques estratégicos. “Fiz uma coisa bem próxima do consumidor. Mas fiz de uma forma elegante e despretensiosa, que, para mim, tem tudo a ver com a feminilidade da mulher cervejeira”, garante.

E deu certo. Os seguidores foram crescendo, com o perfil cada vez mais visitado. “Os workshops e eventos começaram a sair do papel e passei a ser conhecida”, conta.

Hoje o principal evento que Manu promove em Recife é o Make in Beer, onde mistura workshops de maquiagem e de harmonização de cerveja. “A gente colocou vários rótulos e alguns queijos e pipocas gourmets. Foi muito legal e pensado exclusivamente ao público feminino”, conta.

Para Manu, faz todo o sentido ver cada vez mais mulheres invadindo o mercado, ocupando mais espaço e atuando como mestres cervejeiras. Para ela, esse movimento nada mais é do que uma retomada histórica. “A história da cerveja começou com as mulheres que produziam a bebida enquanto os homens trabalhavam. Portanto, nada mais justo a gente degustar, fazer e falar sobre isso”, afirma.

Estudo cervejeiro

Cozinhar e descobrir qual estilo de cerveja mais combinava com os pratos foram as duas atividades que mais encantaram Manu. “Quando fui a Blumenau, foram 15 dias completamente dentro deste mundo. Até nos momentos de folga a gente estava em busca de novos sabores”, conta.

A beer hunter explica que tudo pode ficar ainda mais delicioso se estiver acompanhado de uma cervejinha. A dica é fazer essa brincadeira em casa, com os amigos. “São combinações simples, mas que trazem uma explosão de sabor”, afirma.

 

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