Academia Teixeirense de Letras Celebra a arte em sua plenitude na última sessão solene de 2022

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A última sessão solene da ATL – Academia Teixeirense de Letras foi marcada pela celebração da arte, representada pelos artistas da palavra, do pincel, das notas musicais e da expressão corporal. “A sessão teve uma programação bem atrativa. “Nossa sessão teve um cerimonial belíssimo e encantador, que por sinal, foi o último encontro acadêmico de 2022, realmente memorável”, festejou o presidente Athylla Borborema.

O evento acadêmico aconteceu no Auditório Francistônio Alves Pinto da Câmara Municipal de Teixeira de Freitas, na noite desta quinta-feira, dia 1º de dezembro. Toda a programação foi transmitida ao vivo pela Rádio Câmara 90,9 e pela TV Câmara e, também pelas redes sociais.

A mesa foi composta pelo presidente da ATL, o escritor e jornalista Athylla Borborema; pelo vice-presidente, escritor e engenheiro Carlos Mensitieri; pelo secretário-geral, escritor e professor Erivan Santana; pela poeta Maria Vitória Ruas; pelo promotor de justiça, escritor e professor mestre José Dutra de Lima Junior e pela cantora, historiadora e professora mestranda Tamy Persan, da diretoria do Coletivo das Artes Motirô.Com uma programação literária e cultural diversificada, a sessão solene teve início com a palestra do acadêmico, titular da Cadeira nº 04, padre e professor doutor Celso Kallarrari, que discorreu sobre o centenário da 1ª Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, enfatizando o legado deixado pelos modernistas, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, às futuras gerações de escritores, poetas e artistas plásticos.

Em seguida, a ATL prestou homenagem aos autores teixeirenses e regionais que publicaram livros em 2022. Almir Zarfeg recebeu uma Moção de Aplauso pela obra “1966” editada pelo Selo Editorial Starling e que faz parte da Coleção Flores do Caos, produzida em tributo ao bicentenário de nascimento do poeta francês Charles Baudelaire.Também receberam Moções de Aplauso: Ademar Bogo por “Parâmetro Esquerdo”; Aline Brito Nascimento por “Identidade e resistência afro-brasileira na obra de Jorge Amado”; Ana Cristina Santos pelo livro “O amor é mais forte que a morte”; Athylla Borborema por “1500: O Brasil a partir da foz do Rio Cahy”; Carlos Mensitieri por “Textos Cruzados: prosa, poesia & vice-versa”; Erivan Santana por “Balada da misericórdia na primavera”.

Além de Joaquim Nunes por “A moça da primavera”; João Carlos de Oliveira por “Crônicas do vovô”; José de Almeida Oliveira por “Seletas caravelenses”; Katrine Carvalho por “Fafá, a girafinha”; Maria Vitória Ruas por “Baú de Saudades”; Maurício de Novais por “Pablo despencou da goiabeira”; e Patrícia Brito por “Meus cinco anos: as caminhadas da vida de Ivo Brito”.

Dando continuidade, o presidente de honra da ATL, Almir Zarfeg, fez o lançamento oficial da 7ª edição do Prêmio Castro Alves de Literatura, cujas inscrições on-line seguem abertas até 31 de dezembro de 2022. (Interessados acessem o e-mail: premiocastroalves@yahoo.com) ou pelo site oficial da ATL www.atlba.com.br . Por sua vez, o vice-presidente da ATL, Carlos Mensitieri, homenageou os acadêmicos selecionados para o Prêmio Off Flip 2023: Almir Zarfeg, Athylla Borborema, Carlos Mensitieri e Erivan Santana.

Nesse momento, o presidente da ATL, Athylla Borborema, leu o Edital nº 002/2022 declarando a vacância da Cadeira nº 12 da ATL, ocupada anteriormente pelo acadêmico Jomar Ruas falecido em 16 de julho de 2022, aos 96 anos de idade. Os autores interessados podem se candidatar à vaga até o dia 28 de fevereiro de 2023. Precisam ter pelo menos uma obra editada e residir em uma das 13 cidades do território de identidade da região do baixo extremo sul da Bahia.

Ainda de posse da palavra, o presidente Athylla Borborema abriu o chamado “Momento da Saudade” para prestar um tributo póstumo à memória de Jomar Ruas, explicitando suas qualidades como pessoa e, também, como poeta. Jomar era advogado militante e autor de obras poéticas de cunho popular. Havia nascido em Pedra Azul, no Vale Jequitinhonha, mas residiu os últimos anos de sua vida em Alcobaça. Esse momento foi enriquecido com o depoimento de Maria Vitória Ruas, poeta e irmã do saudoso Jomar Ruas.

Depois foi a vez de Carine Barbosa Souza e Roseane Pereira dos Santos Souza – alunas do IV período do curso de Letras da UNEB – apresentarem o trabalho de iniciação científica dedicada às obras dos acadêmicos Almir Zarfeg e Cássia Oz, por Carine, Ramiro Guedes e Fabiana Pinto, por Roseane. As duas universitárias foram orientadas pela professora e acadêmica Arolda Maria Figuerêdo, que também falou um pouco sobre a apreciação crítica das obras dos confrades e confreiras.O Coletivo das Artes Motirô, organismo cultural de grande importância na constituição da arte do extremo sul da Bahia – representado pela artista da música e da historiografia Tamy Persan – recebeu um certificado de Honra ao Mérito pelos cinco anos de história dedicados aos artistas teixeirenses e da região, dos diversos segmentos, como músicos, dançarinos, pintores e artesãos.

Em seu discurso a artista Tamy Persan chamou a atenção sobre o tema “política cultural” ao discorrer a cultura de forma ampla, propondo conceitos inovadores para as práticas dos governos e provocando “viradas culturais” e sugerindo concepções de política cultural mais praticadas que valorizem o campo estritamente artístico e as artes consagradas e inovadoras, além de enaltecer a trajetória do Coletivo das Artes Motirô, como instituição que promove, protege e materializa o patrimônio histórico e cultural.Também foi homenageado com um certificado de Honra ao Mérito, o artista plástico Sandro Almeida que é agente da Polícia Civil do Estado da Bahia e dedica sua vida aos seus projetos sociais e as artes plásticas. Em seu relato Sandro Almeida, fez um breve relato sobre sua trajetória nas artes plásticas e, por fim, recitou um poema, que construiu com ajuda de uma das suas três filhas, Anabely Almeida.

O promotor de justiça José Dutra de Lima Junior, do Ministério Público do Estado da Bahia e titular de uma das 8 varas da comarca de Teixeira de Freitas, foi homenageado com uma Moção de Aplauso pela obra de sua autoria “Visões para além dos muros”, editada em 2020 pela Terceira Via, fruto de uma das suas teses de mestrado. Em seu discurso o promotor Dutra Junior disse da sua alegria e da oportunidade que lhe foi concedida em poder fazer parte daquele momento singular, se disse feliz em ter sido inserido numa sessão solene de uma instituição que liberta além da morte, que, mantém na sua atmosfera o perfume da eternidade, na pureza dos seus princípios e no exercício dos labores quase divinos da arte, das letras e da cultura.A sessão solene foi encerrada pelo presidente Athylla Borborema, que, após comandar a ATL nos últimos dois anos (2021/2022), está sendo sucedido pelo acadêmico Carlos Mensitieri, que presidirá a instituição literocultural no biênio 2023/2024.

Em sua prestação de contas, Athylla lamentou as dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus, mas, ainda assim, comemorou a manutenção de conquistas importantes da ATL como o Prêmio Castro Alves de Literatura e a antologia “ATL em Verso e Prosa!”, que em 2023 chegarão à 7ª edição. Ele concluiu celebrando a independência financeira da instituição e fazendo a entrega do site oficial da ATL – www.atlba.com.br –, que irá tornar as ações da confraria ainda mais conhecidas na Bahia, no Brasil e no mundo.No seu último discurso como presidente da ATL, o escritor e jornalista Athylla Borborema iniciou homenageando a sua primeira professora Odete ou simplesmente “Professora Dete” que te alfabetizou em 1977 e que faleceu em 1º de fevereiro de 2022, em casa na cidade de Itamaraju. Athylla Borborema disse que a Academia Teixeirense de Letras, não é a casa do não. É a casa do sim, da aproximação, da concórdia, do entendimento. “A ATL terá, como sempre teve, um papel relevante no extremo sul da Bahia. Nós temos o importante papel na defesa da cultura regional num momento em que a cultura está muito maltratada. Nossa missão é incentivar, dialogar, produzir e lutar pela liberdade de expressão, sempre e sempre. Deixo a presidência desta festejada academia com o sentimento de dever cumprido e feliz por todas as nossas conquistas e me colocando sempre a disposição dos atos desta Casa”, disse.

Na sequência houve o momento da posse da nova diretoria eleita em junho passado, que irá dirigir os destinos da Academia Teixeirense de Letras de 1º de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2024, que traz os seguintes acadêmicos na nova composição: Carlos Mensitieri (presidente), Raimundo Magalhães (vice-presidente), Erivan Santana (secretário-geral), Gisele Ellen (tesoureira) e os conselheiros são Edinar Cerqueira, Elias Botelho e Maurício de Novais.

O presidente empossado Carlos Mensitieri é natural de Jequié, no sudeste da Bahia e está radicado em Teixeira de Freitas desde o início da década de 1980, onde construiu uma trajetória singular. Ele é o fundador e titular da cadeira nº 10 da Academia Teixeirense de Letras e, além de escritor e poeta, jornalista, engenheiro civil, engenheiro urbanista e engenheiro de trânsito, compôs todas as diretorias acadêmicas desde a sua fundação e foi eleito para presidir a instituição no biênio 2023-2024.

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