Baiana se junta a coletivo de mulheres negras viajantes e troca experiências e dicas : ‘Levamos informação a outras pretas’

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Um coletivo para visibilizar mulheres negras que gostam de viajar pelo Brasil e o mundo: esse é o Bitonga Travel. O projeto, criado para compartilhar histórias e experiências, tem cerca de 50 correspondentes de diversos lugares do país. Uma delas é a baiana Claudiane Santana.

Claudiane é advogada e mora no bairro de Nazaré, em Salvador. Ela começou a viajar em 2015, e se juntou ao grupo há alguns meses. O convite para integrar o projeto veio pela internet, a principal plataforma de conteúdo do Bitonga.

“O coletivo foi criado por Rebecca Alethéia. Ela me encontrou nas redes sociais, contou a ideia do coletivo e me chamou para fazer parte. Eu achei maravilhosa a proposta de reunir mulheres negras viajantes, porque a gente precisa trocar experiências de viagens”, conta Claudiane.

Além de viajar pela Bahia, Claudiane já visitou o Distrito Federal e outros 10 estados: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O primeiro país que a advogada visitou foi o Peru. Depois disso ela já esteve no Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Uruguai.

“Quando eu viajo, não costumo ver mulheres negras, especialmente sozinhas. Foi aí que eu me dei conta de que temos dificuldade para nos jogar na estrada. Então veio essa inquietação de precisar falar sobre turismo. No Bitonga nós fazemos rodas de conversa para discutir como mulheres negras podem se juntar para viajar. Em grupo, nós levamos informação e autoestima para outras mulheres pretas”.

Todas as situações vividas, fotos, dificuldades, dicas de economia, lugares e perspectivas de mundo são compartilhados no site do Bitonga e nas redes sociais do projeto.

“No blog a gente publica esses conteúdos informativos. A cada dia da semana alguém posta um conteúdo diferente. A gente divulga roteiro, compartilha dicas diferentes. Nós vamos nos revezando na comunicação, para que todas as mulheres tenham espaço e contem suas histórias”.

Segundo Claudiane, todas as experiências trocadas se tornam de grande ajuda para que outras mulheres não passem pelas mesmas dificuldades, em viagens que possuem roteiro igual.

“Eu nunca passei por perrengues porque vou me conectando com as meninas, seguindo as dicas. Estamos sempre estão trocando informações. Somos uma rede mesmo. Quando uma quer ir para algum lugar, quem já foi avisa: ‘Tal lugar tem que tomar tal precaução’”.

As mulheres do Bitonga trocam, principalmente, experiências individuais. No entanto, o grupo também faz viagens em conjunto. O próximo destino das viajantes é o Quilombo do Remanso, que fica na cidade de Lençóis, na região da Chapada Diamantina. Elas partem para lá em junho.

A advogada conta ainda que as informações trocadas pelo grupo a ajudam a escolher as próximas viagens: “Eu seleciono os lugares que eu quero ir com base nas experiências das meninas. Aprendo bastante com elas”.

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