Depois de todo o êxito da etapa 2023 do projeto Florestas Culturais, o Programa Arboretum de Restauração e Conservação da Diversidade Florestal celebra mais um importante resultado do Projeto na etapa 2024, superando a marca de 18 hectares de área restaurada na Terra Indígena Maxakali, Aldeia Pradinho em Bertópolis/MG. Onde houve plantio de 26.065 mil mudas nativas, 3,3 mil mudas frutíferas e 6 mil bananeiras. Os plantios foram nas modalidades de SAF, Restauração e Enriquecimento. Além de inúmeras conquistas no âmbito do conhecimento.
Nesse ano, as novidades começaram pelo nome do projeto, que em diálogo com os indígenas, foi rebatizado de Mimãtihi, que no idioma deles significa Floresta Viva. O Programa Arboretum, que está localizado em Teixeira de Freitas/BA, Brasil, realiza o Projeto Florestas Culturais em parceria com a iniciativa RESTAURaccion FY do Serviço Florestal Canadense – Floresta Modelo Hileia Baiana.
O objetivo do projeto “Florestas Culturais” é promover, e até mesmo resgatar, tradições vinculadas à conservação da floresta biodiversa na paisagem, com foco especial nas comunidades tradicionais. A restauração florestal associada ao uso sustentável de recursos é a estratégia do projeto para promover a floresta, associada à segurança alimentar.
O consentimento
O marco oficial da etapa 2024, aconteceu em 16 de janeiro. Na ocasião, a equipe do Programa Arboretum, em visita ao T.I. dialogou sobre a proposta com os indígenas. A apresentação dos detalhes da etapa 2024 do projeto Florestas Culturais aconteceu tanto em português, quanto no idioma nativo Maxakali, do tronco linguístico macro-jê, garantindo que todos pudessem opinar e participar ativamente nas decisões.
As oficinas
Oficinas participativas foram muito importantes para os processos de restauração florestal. Nesta etapa, foram feitas as oficinas: de “Mapeamento Socioambiental”, com vistas ao diagnóstico participativo afim de compreender o dia-a-dia do povo Maxakali (ou Tikmũ’ũn, como eles se autodenominam) e refletir sobre seu território; a de “Sementes” na qual os participantes puderam compartilhar conhecimentos ancestrais sobre a colheita de sementes e; de “Produção de Mudas”. Sendo que as duas últimas foram realizadas juntas.
O conjunto de oficinas serviu para compartilhar informações que cooperem para a conservação e dispersão dos elementos naturais. Cento e quinze indígenas estiveram envolvidos, além de mais de 50 crianças.
O plantio
Durante os plantios, adultos e crianças participaram das atividades lado a lado com a equipe técnica do Programa Arboretum e o Instituto Opaoká, parceiro do Programa Arboretum. Ao mesmo tempo em que os Maxakali levaram toda a produção muito à sério, evidenciando conhecer a importância de todo o feito, eles se alegravam. Brincavam entre as mudas e celebravam cada nova árvore plantada.
Acostumados a saudar os feitos de maior valor com música, eles criaram uma canção própria para essa “Mimãtihi”. Um forró xiado com letra em Maxakali, cujo a história conta a importância de ver a floresta crescer na cosmovisão do povo Tikmũ’ũn.
O intercâmbio
Nos dias 26 e 27 de março, houve o intercâmbio cultural. O evento foi realizado no PDS Pau Brasil, em Itamaraju-BA. Na ocasião, indígenas e profissionais do Programa Arboretum percorreram a trilha da Orquídea. O cacique Braga, da Aldeia Pé do Monte da etnia Pataxó, esteve presente como convidado especial. Na oportunidade, teve coleta de sementes, troca de saberes e muito mais.
A primeira etapa
Em 2023, durante a primeira etapa do projeto “Florestas Culturais”, foram implantados 10,97 hectares de agroflorestas nos territórios indígenas Pataxós e Maxakali. Além disso, houve capacitação, coleta de fibras, coleta de sementes, produção de mudas e o intercâmbio cultural, que promoveu o encontro entre Maxacali e Pataxós, fato que não acorria há 20 anos, de acordo com os indígenas.
A primeira etapa do projeto Florestas Culturais, executada entre janeiro e março de 2023, foi apoiada pela iniciativa RESTAURaccion do Serviço Florestal Canadense no âmbito da Rede LatinoAmericana de Bosques Modelo.
