Fotógrafo Dom Smaz expõe em Bogotá na Colômbia as belezas culturais do quilombo de Helvécia

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O repórter fotográfico suíço e naturalizado brasileiro Dom Smaz, que desde 2015 está desenvolvendo um trabalho fotográfico na comunidade quilombola de Helvécia, distrito do município de Nova Viçosa, vem promovendo exposições pelo mundo utilizando imagens das belezas naturais, culturais, da negritude e da historiografia humana do povoamento, onde em cada exposição conta detalhes por meio de fotografias legendadas da belíssima história mocambo de Helvécia, onde se mantém viva a biografia da escravidão pelos seus descendentes. O fotógrafo Dom Smaz esteve expondo o material recentemente em cidades da Suíça e da Alemanha como forma de contar a origem histórica e a conexão europeia com o alicerce de Helvécia.

Durante este mês de maio de 2019, o fotógrafo Dom Smaz está expondo Helvécia na cidade de Bogotá, a capital e maior cidade da Colômbia. Terra de Gabriel José García Márquez, considerado um dos autores mais admirados e importantes do século XX, com mais de 40 milhões de livros vendidos e traduzidos para 36 idiomas no mundo. A exposição está sendo acolhida pelo Museu Nacional de Colômbia e faz parte da 7ª edição do Encontro Internacional de Fotografia da Colômbia.

A fascinação do fotógrafo Dom Smaz pelo quilombo de Helvécia é na intenção de manter viva a história do lugar. Inclusive, a comunidade é o que resta de duas vastas fazendas, Helvetia I e Helvetia II, fundadas pelo imigrante Johannes Martin Flach, suíço, nascido em Schaffhausen, em 1787. Johannes Martin Flach tornou-se um confidente e amigo íntimo de Maria Leopoldina, que se tornou Imperatriz do Brasil ao se casar com Dom Pedro, príncipe herdeiro português, em 1817. Johannes Flach recebeu as terras, que na época eram denominadas de Colônia Leopoldina. Ele às administrava a partir do Rio de Janeiro.

Uma das suas imagens mais lindas é a fotografia da parteira e enfermeira Maria da Conceição, a “Dona Cocota”, a pessoa mais velha do quilombo. O distrito de Helvécia tem sua origem na antiga Colônia Leopoldina. Foi fundada há 200 anos por imigrantes suíços e alemães.  Em 1850, a exploração de 2.000 escravos africanos permitiu que os colonos produzissem uma das maiores exportações de café do Brasil. Atualmente o povoamento de Helvécia é habitat de poucas famílias de descendência europeia, porque a maioria da população é de ascendência africana.

Há duzentos anos o café de Helvécia chegava na Alemanha e na Suíça com o nome “Café de Caravelas”, pois o produto era exportado pela linha férrea Bahia Minas, por intermédio da primeira locomotiva “Pochixá” e depois pela saudosa “Mamãe África”. A ferrovia operava pela linha compreendida entre Teófilo-Otoni até a localidade de Ponta de Areia em Caravelas e foi inaugurada em 3 de maio de 1898, depois a linha se estendeu até Araçuaí no alto do Vale do Jequitinhonha, no ano de 1942, passando a ter uma extensão máxima de 578 quilômetros (143 Km em território baiano e 435 Km em Minas Gerais) e depois de 68 anos, a ferrovia deixou de operar em maio de 1966, quando o seu último apito foi escutado.

O repórter fotográfico Dom Smaz mantém interlocução com os principais organismos culturais do mundo. Seus trabalhos sobre herança colonial, diferenças sociais, racismo e exclusão já foram exibidos na maioria dos países da Europa, Ásia e América do Sul e já ganharam inúmeros prêmios de prestígio, incluindo o NY Photo Awards e o Swiss Press Photo 2018. O fotógrafo Dan Smaz tem além de tudo, uma razão especial por prestigiar a cultura do extremo sul da Bahia, ele é genro do casal de teixeirenses: o engenheiro mecânico, agropecuarista e atual secretário Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dorivaldo de Almeida Neves, o “Dori” e da empresária Gilda Machado Neves. (Por Athylla Borborema)

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