A pastora Juliana Salles, mãe dos irmãos Kauã e Joaquim, mortos em um incêndio em Linhares, no Norte do Espírito Santo, saiu do Centro Prisional Feminino de Cariacica, na madrugada desta quinta-feira (8). Ela estava presa desde o dia 20 de junho, mas foi solta após uma decisão da Justiça.
Juliana saiu da penitenciária por volta de 3h, segundo informações da Secretaria de Justiça do Espírito Santo. O pastor Georgeval Alves, marido de Juliana e pai de Joaquim, segue preso no Centro de Detenção Provisória de Viana, acusado do crime.
Após a soltura, na manhã desta quinta, o pai e a avó de Kauã, uma das crianças mortas no incêndio, fizeram um protesto no Centro de Vitória, contra a decisão.O pai de Kauã, Rainy Butkovsky, afirmou que não teve acesso ao processo que corre em segredo de justiça e não pode colocar o advogado da família na última audiência, que aconteceu no dia 23 de outubro e contou com a presença dos pastores.
“Nosso protesto é pela indignação e revolta pela Juliana ter sido solta depois do próprio juiz declarar que ela se uniu com Georgeval para ceifar a vida das crianças e aumentar a arrecadação de fiéis. O juiz ainda declara que ela foi omissa pela morte das crianças e os abusos”, diz Rainy.
Soltura
A decisão foi do juiz responsável pelo caso, André Bijos Dadalto, da primeira Vara Criminal de Linhares. O caso segue em segredo de Justiça e por isso não foram divulgados os argumentos que levaram o magistrado a essa determinação.
Antes de ser transferida para Cariacica, Juiliana estava detida em uma penitenciária do município de Teófilo Otoni, em Minas Gerais.
A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público, que a denunciou como co-autora do crime porque sabia que as crianças eram agredidas e assumiu o risco ao deixá-las com o marido, o pastor Georgeval Alves.