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Itamaraju: Deputado sofre ofensas racistas após defender projeto de instalação de leitos de UTI para combater a Covid-19

O deputado federal Valmir Assunção (PT) foi vítima de racismo praticado por uma comerciante de Itamaraju, sua terra natal, no extremo-sul da Bahia, que o chamou de “macaco” e “nariz de chapoca”. Ela ficou revoltada após o parlamentar defender a instalação de leitos de UTI na cidade para atender a possíveis casos do novo coronavírus.

No áudio, que circulou em grupos de WhatsApp e nas redes sociais, a mulher identificada como Jaqueline Oliveira agride o deputado, que divulgou a proposta do governador Rui Costa (PT) de levar os leitos para o município, que já tem caso confirmado da doença, em seu perfil.

Segundo ela, a instalação dos leitos será responsável por “levar o coronavírus” para o Itamaraju. A comerciante diz que Valmir  nada fez pela cidade, além de levar “dois motéis”, ainda assim, usando de “laranjas”.

O caso está sendo acompanhado pelo Centro de Referência Nelson Mandela, órgão vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi). As ofensas raciais também foram comunicadas à Secretaria da Segurança Pública (SSP) para a apuração policial. O fato pode ser enquadrado na Lei Nº 7716/89, a Lei Caó, que define o crime de racismo como inafiançável e imprescritível.

O deputado petista confirmou que acionou  imediatamente a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA). Ele afirmou que considera a ofensa grave e que seguirá “até o fim” para que a agressora seja punida.

“Não posso me abster de denunciar isso, pois sei que o país ainda possui em sua sociedade pessoas racistas e desinformadas. O fato de eu ser negro é motivo de orgulho. A ignorância das pessoas diante desse processo histórico só dificulta a atuação política em Itamaraju e em outras regiões da Bahia e do Brasil. Vou até o fim para que essa pessoa seja punida devidamente dentro da lei”, aponta Valmir Assunção.

A defesa do parlamentar baiano usará como base para a denúncia a Lei nº 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e que prevê pena de até cinco anos de reclusão para os crimes de racismo praticados no país. “Eu lamento que isso ainda aconteça em nossa sociedade. Mas não podemos deixar isso passar. Não podemos ser cúmplices de crimes como esse. Ainda mais em um momento tão delicado que vivemos”, afirmou Valmir.

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