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Assessora de Magno Malta é convidada para o Ministério de Direitos Humanos e desgosta setor evangélico

Na composição do governo, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, provocou mal-estar no setor evangélico. Depois de rejeitar nomes defendidos pela bancada para a pasta de Cidadania, Bolsonaro convidou a advogada e pastora Damares Alves para chefiar o novo Ministério de Direitos Humanos, Família e Mulheres.

O detalhe é que Damares é assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), um dos políticos mais próximos de Bolsonaro na campanha, que espera um convite para compor o primeiro escalão.

Até agora, Bolsonaro já anunciou 20 ministros. Na campanha, ele dizia que faria um governo com apenas 15 pastas. O número de ministérios pode, no entanto, chegar a pelo menos 22.

Além da pasta de Direitos Humanos, Família e Mulheres, o presidente eleito anunciou na manhã desta sexta-feira, 30, o nome para Minas e Energia: Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, diretor geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha.

Para boa parte dos 88 deputados federais e quatro senadores da bancada evangélica, a escolha de Damares “atravessou” os lideres do grupo e foi uma “afronta” e “ingratidão” a Magno Malta.

O nome de Damares na lista de cotados para assumir uma pasta foi divulgado pela revista digital “Crusoé” na tarde de quinta-feira, 29. Auxiliares da equipe de Bolsonaro disseram que a própria Damares teria demonstrado desconforto quando recebeu o convite do presidente eleito na última quarta-feira no CCBB, sede do governo de transição.

Para integrantes da bancada evangélica, qualquer convite a Malta a partir de agora é “tardio” e não deveria ser aceito por uma questão de “bom senso”. Não se cogita, porém, rompimento.

Magno Malta enfrenta forte resistência do núcleo militar do governo de transição. Os generais da reserva que compõem o grupo reiteraram a Bolsonaro que o senador não agrega à equipe ministerial.

Pessoas próximas de Malta avaliam que o senador se desdobrou na campanha de Bolsonaro, especialmente depois do atentado sofrido pelo então candidato à Presidência em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, que o tirou das ruas.

No começo da semana, Bolsonaro pediu à bancada evangélica que apresentasse uma lista tríplice de nomes para a pasta da Cidadania. Numa decisão que não foi unânime, a bancada acabou entregando os nomes ao presidente eleito, que, no entanto, anunciou o nome do deputado gaúcho Osmar Terra (MDB), para melhorar o trânsito no partido.

Integrantes do grupo avaliaram que houve um desgaste desnecessário e injusto. O coordenador da bancada, Hidekazu Takayama (PSC-PR), chegou a afirmar que retirou os nomes indicados para integrar o novo governo.

Um dos poucos que quiseram falar sobre a relação da bancada com o futuro governo, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) admitiu que há um “mal-estar” diante desse vai-e-vem da transição. “É lógico que isso provoca um mal-estar. Mas o governo está no seu início, nem começou”, contemporiza o parlamentar.

Entre os evangélicos, Sóstenes é dos que avaliam que não cabe à bancada pleitear cargos, pois em votações de determinados projetos não há consenso no grupo, especialmente em propostas das áreas política e econômica. “Avalio que as frentes não existem no Parlamento para essa finalidade.”

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