Perversidade: “Maria Rezadeira” foi morta no lugar do neto em Teixeira de Freitas

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A Pasta de Homicídios da 8ª Coorpin de Teixeira de Freitas, liderada pelo delegado Manoel Andreeta, acaba de concluir e remeter à Justiça, o inquérito policial que apurou a morte de Maria das Graças Catarina Oliveira, a “Maria Rezadeira”, de 70 anos e o homicídio tentado do marido dela, João Olávio da Silva, 71, alvejado com um tiro na região do quadril. A idosa foi executada com três disparos, sendo dois deles na face.

Segundo o delegado Manoel Andreeta, os executores dos homicídios, sendo um consumado e o outro tentado, foram Watson Afonso Nunes e Marcos Vinicius Alves dos Santos, o “Pezão”, integrantes de um bando criminoso denominado “Grupo de Beto Carroceiro/Conde”, responsável pela execução de várias vítimas, entre as quais pessoas de outros grupos rivais e também inocentes, que por ventura possam atrapalhar as atividades criminosas.

Esse bando, de acordo com Manoel Andreeta, é liderado por Fábio de Jesus Torres, o “Conde”, de 39 anos e pelo interno do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF), Cleo Maicon de Souza, o “Dão”, 23. As investigações constataram que um neto de “Maria Rezadeira”, de 18 anos, era a pessoa que ajuda a avó do recolhimento de dinheiro e donativos para manter o centro onde a mesma prestava serviço como curandeira, desde rezas, vendas de garrafadas e apoio espiritual.

As atividades eram realizadas na casa do casal de idosos, na rua Sargento Pedro, bairro São Lourenço, local palco do crime. Desse endereço o neto da idosa saía constantemente para outros bairros próximos e ultimamente vinha sendo apontado como “avião” do “Grupo de Jacó”, rival do ““Grupo de Beto Carroceiro/Conde”.

No último dia 24 de fevereiro, Watson Afonso Nunes e Marcos Vinicius Alves dos Santos, o “Pezão”, teriam recebido a ordem para assassinar o neto de “Maria Rezadeira”. “Ocorre que o neto de “Maria Rezadeira” já esteve envolvido com o tráfico de drogas no bairro São Lourenço, território pertencente ao bando rival de traficantes, denominado “grupo de Jacó” e já havia informações de que os executores do “grupo de Beto Carroceiro/Conde” vinham escoltando-o, com o claro objetivo de matá-lo”, relata Andreeta.

Ainda segundo o delegado Manoel Andreeta os traficantes acreditavam que aquelas “correrias” feitas pelo neto, dentro de seus territórios, nada tinha a ver com as atividades lícitas desenvolvidas por sua avó, mas sim, com a comercialização e o fornecimento de drogas para o “grupo de Jacó. “De fato, vale frisar que os referidos grupos estão em guerra na disputa pelos pontos de venda e distribuição de drogas no São Lourenço e outros bairros próximos, sendo responsáveis pela prática de inúmeros crimes de homicídios, consumados e tentados, envolvendo a morte precoce de jovens, adolescentes, mulheres, comparsas, rivais e, até mesmo, terceiras pessoas inocentes, como no caso das vítimas em questão”, completa.Conforme as investigações, no dia do crime, acreditando que o neto de “Maria Rezadeira” estivesse na residência da família, os executores do “grupo de Beto Carroceiro/Conde”, tendo Watson como piloto e “Pezão” como carona, oportunidade em esse último entrou na casa que estava com o portão aberto, solicitando os serviços da vítima, afirmando que queria “fechar” o seu corpo contra o mal, solicitando que a idosa o rezasse. “Após prestado o serviço o executor ficou de lhe compensar com um valor em dinheiro, pedindo que a vítima o acompanhasse até o lado de fora da casa, onde pegaria o valor com seu colega que estava o esperando na motocicleta”, segue.

E finaliza: “Entretanto, durante o trajeto, já no meio da varanda de entrada, Pezão se virou de forma repentina e efetuou dois disparos à queima roupa, que atingiram em cheio o rosto de “Maria Rezadeira”, oportunidade em que, na sequência, apontou o revólver para o companheiro desta, a vítima João Olávio que estava sentado na cadeira da cozinha, efetuando um disparo contra ele, alvejando-o na altura do quadril esquerdo, no momento em que João tentava se esconder atrás da geladeira. No instante seguinte o criminoso se voltou novamente para “Maria Rezadeira” que já estava caída e efetuou um quarto disparo, terminando de matar a vítima, sem lhe conceder qualquer chance de defesa”.

O Inquérito Policial foi devidamente concluído, relatado e encaminhado à Justiça com o pedido de prisão preventiva dos envolvidos. (Da redação TH)

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