O assassino confesso do ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata, Marcos Venicio Andrade foi condenado a 28 anos de prisão e a pagar R$ 200 mil para a família da vítima. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (4) após o julgamento do caso no Fórum Criminal de Vitória.
Marcos matou o ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata com um tiro no ombro em dezembro de 2018, na Praia do Canto, em Vitória. Para o Júri Popular, que começou nessa terça-feira (3) e foi finalizado nesta quarta (4), foram ouvidas 11 das 12 testemunhas previstas e também o réu.
A motivação para o crime, de acordo com o réu, foi uma denúncia feita por ele contra o ex-governador. A Justiça concluiu que Marcos Venício não tinha provas e bloqueou R$ 60 mil de uma conta bancária dele.
Marcos Venício foi condenado por homicídio duplamente qualificado, com agravante da vítima ser idosa e também por motivo fútil, e por porte ilegal de arma de fogo. As condenações somam 28 anos de prisão. Além da prisão, o réu foi condenado a pagar R$ 200 por danos morais para a família da vítima.
Advogado de defesa de Marcos Venício, Homero Mafra, considerou a pena alta demais e informou que irá recorrer da sentença. O réu já estava preso.
A viúva de Gerson, a ex-deputada federal Rita Camata disse, após o julgamento, que a sentença foi justa. “A presença dele com toda família, não teremos nunca mais. A gente se sente aliviado com o resultado. Espero que ele [Marcos] possa refletir. Ele disse que não queria fazer o que fez. Espero que Deus o perdoe”, declarou.
Crime
O ex-governador Gerson Camata foi morto no dia 26 de dezembro de 2018, por volta das 17h, na Praia do Canto, em Vitória. O crime ocorreu em frente a um restaurante. Segundo a Polícia Civil, o ex-governador foi morto com um tiro no ombro.
Depois de ser baleado, Camata ficou caído na calçada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas o ex-governador morreu no local.
Marcos Venicio foi assessor de Camata por 19 anos e confessou que matou o ex-governador. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia do crime.
Em 2009, Marcos fez uma denúncia contra Gerson Camata, na época senador, informando que ele obrigava os funcionários a usar os salários para pagar suas despesas. A Justiça concluiu que não havia provas e condenou o Marcos a pagar uma indenização e bloqueou R$ 60 mil da conta bancária dele.
A Polícia Civil concluiu que esse foi o motivo do crime e o Ministério Público o denunciou por homicídio qualificado.
Trajetória de Camata
Gerson Camata nasceu em Castelo, no Sul do Espírito Santo, em 1941 e atuou na política por 44 anos. Foi vereador, deputado estadual e federal, governador do Espírito Santo e senador por três mandatos.
Começou a vida profissional como jornalista e apresentador no programa “Ronda da Cidade”, na Rádio Cidade de Vitória. Era formado em Ciências Econômicas.
Camata começou na vida pública como vereador da capital do Espírito Santo em 1967, no mandato seguinte, em 1971, foi eleito deputado estadual. Foi deputado federal por dois mandatos, de 1975 a 1983, governador do Espírito Santo em 1983 e foi por três vezes senador pelo estado, de 1987 até 2011.
Gerson foi o primeiro governador democraticamente eleito depois da ditadura militar, no período de reabertura política. Ele era casado com Rita Camata, ex-deputada federal, e deixou dois filhos.
