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Idoso que precisou sair de casa após chegada de lama da Samarco ao ES ainda não recebeu auxílio

Após ter sido vítima da lama de rejeitos do rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, um idoso de 68 anos sobrevive em condições precárias em Linhares, no Norte do Espírito Santo.

Além de não poder mais pescar, seu Boaventura Batista precisou se mudar e garante que nunca recebeu nenhum tipo de auxílio da Fundação Renova, a instituição criada para reparar os danos causados pela tragédia.

Antes da chegada da lama ao Espírito Santo através do Rio Doce, o aposentado levava uma vida tranquila em uma Ilha de Linhares. “Era lá que eu pescava. Pegava um peixinho, vendia, comprava minhas coisinhas”, lembra.

Mas, depois da chegada da onda de rejeitos de minério, em 2015, ele precisou sair do lugar onde sempre viveu e viu sua rotina mudar completamente. Além de ter que encontrar um novo lugar para viver, ele se viu proibido de pescar no rio, que está contaminado.

Agora, Boaventura vive em um galpão em um assentamento em Humaitá, em Linhares. O local sem paredes, portas e janelas, que já foi um garagem de trator, é hoje a casa do aposentado.Debaixo da telha de amianto, a única companhia dele é a dos três cachorros que cria. O guarda-roupa é um pedaço de varal e o fogão é feito de galhos de bambu e plástico derretido.

Em condições precárias, o aposentado sobrevive com pouca comida e água que recolhe da chuva através de uma calha. “Tudo que eu tenho está aqui”, disse.

A Fundação Renova, uma organização não governamental privada e sem fins lucrativos, foi criada em março de 2016 por um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem.

Mas durante todo esse tempo, Boaventura nunca recebeu nenhum tipo de auxílio. “Nem um centavo eu peguei”, disse. Agora, o que ele mais quer é poder voltar a ter a vida que levava. “Quero pescar de novo. Mas cadê as condições?”, questionou o aposentado.

Renova

Em nota, a Renova disse que Boaventura Batista entrou em contato com a Fundação através dos canais de relacionamento no final 2017, solicitando cadastramento.

“Após várias tentativas de contato sem sucesso, a Renova conseguiu agendar e realizar a entrevista do cadastro integrado do atingido em janeiro de 2019. A próxima fase será o recebimento do formulário para a conferência das informações prestadas na entrevista”, disse a instituição.

Ainda segundo a Renova, as pessoas que realizaram o cadastro e foram ou venham a ser consideradas diretamente atingidas terão seus processos analisados e, se forem elegíveis aos Programas de Indenização Mediada (PIM) e de Auxílio Financeiro Emergencial (AFE), serão convocadas para atendimento.
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