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Filho salva pai ao doar rim no primeiro transplante com uso de robô em Minas Gerais

Antes do dia 16 de outubro, o professor aposentado Ademar Alves, de 59 anos, ia até o hospital fazer hemodiálise três vezes por semana, durante quatro horas por dia. Mas o seu cotidiano mudou desde então, quando o seu filho, Daniel Henrique, de 28, doou um rim para o pai no primeiro transplante entre pessoas vivas com o uso de robô em Minas Gerais.

“Não tenho palavra para agradecer a ele o que ele fez. Eu sou eternamente grato a ele”, destacou Alves, que sofria com a insuficiência renal desde 2005.

O aposentado tentou alguns tratamentos até iniciar a hemodiálise em 2017. “Fiz tratamento tradicional durante um tempão, esse tratamento convencional, tentando ver se revertia a doença, mas não consegui reverter e, em 2017, e fui para a hemodiálise. Aí eu fiz a diálise um ano e meio”.

Na época em que a doença surgiu, Daniel era ainda um adolescente. Ele contou que, assim que surgiu a oportunidade, não teve dúvida sobre a doação. “Eu aconselho a quem está na dúvida, que tem algum parente na hemodiálise, algum amigo, pra ver se tem condição de doar, porque não é um bicho de sete cabeças. Depois da recuperação, você leva a vida normal”, aconselhou.

A cirurgia foi feita no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, e, conforme a instituição, foi o primeiro transplante entre pessoas vivas com uso de robô no estado e o segundo no Brasil.

“O robô dá uma segurança cirúrgica maior, dá uma precisão cirúrgica maior. Ele tem uma visão magnificada e em três dimensões que dá uma fineza de detalhes anatômicos maior. Com isso, o trauma cirúrgico, o estresse cirúrgico que qualquer cirurgia proporciona é minimizado com a cirurgia robótica”, contou o médico urologista Marco Túlio Lasmar, que realizou o procedimento.

Médico usa controle para movimentar robô — Foto: Divulgação/Hospital Felício Rocho

O especialista explicou que o robô foi utilizado somente na retirada do órgão do doador. Já a cirurgia no Ademar foi feita de forma tradicional. De acordo com o médico, o uso do robô traz uma série de benefícios, desde uma visão mais precisa até uma maior amplitude de movimentos, além da redução do sangramento interno, da dor e do tempo de internação para o paciente doador.

Lasmar acredita que esses benefícios podem encorajar as pessoas a doar. “Você vai oferecer uma técnica que é menos invasiva e menos agressiva”, pontuou. Ele contou que o robô já é usado também em outros tipos de cirurgia, como a de câncer de próstata.

Marco Túlio Lasmar disse que o procedimento pode ser considerado uma evolução da laparoscopia. O médico fez pequenas incisões no doador e inseriu os braços mecânicos do robô. Logo depois, o cirurgião com o auxílio do robô dissecou todo o rim, que uma vez liberado foi removido para ser entregue para implante.

A cirurgia durou cerca de três horas e correu bem, sem nenhum imprevisto. Daniel recebeu alta cerca de 24 horas depois do fim do procedimento. Já o seu pai permaneceu em observação por cinco dias.

Pouco menos de um mês depois da cirurgia, os dois já levam uma vida normal. “Estou bem agora. Estou tomando três litros de água por dia. Eu tomava 300 ml. O seu corpo volta a funcionar normalmente”, comentou Ademar.

“É muito gratificante, só de ver ele aqui andando, fazendo tudo, eu já fico feliz. Toda vez que eu olho pra ele eu já percebo que valeu a pena. Valeu muito a pena”, acrescentou o filho.

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